Uncisal e SESAU iniciam conversa sobre o futuro da rede de tratamento oncológico do estado

Keila Nascimento

A Supervisão Assistencial e equipe técnica do Centro de Patologia e Medicina Laboratorial, unidade de apoio assistencial à saúde da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas recebeu na quinta-feira, 27 de julho, o Reitor Henrique Costa e parte da Equipe da Superintendência de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde.

O encontro tratou de assuntos específicos: tais como, a apresentação do crescimento no número de atendimento da anatomia patológia, exposição das futuras instalações do setor de histopatologia e das possíveis parcerias da Uncisal com a SESAU, em especial com o CPML, quanto às futura estruturação física, humana e logística na ampliação e oferta de serviços de diagnóstico especializado do câncer. A diligência irá impactar na linha de cuidado do tratamento oncológico pelo SUS no estado de Alagoas.

Na oportunidade o reitor Henrique Costa, aproveitou o momento para tratar da possibilidade de ampliação nos serviços de anatomopatologia, com a oferta dos exames complementares como o de imunohistoquímica (esse exame consegue identificar o tipo específico do câncer, é feito uma investigação mais detalhada acerca da biologia do tumor), informando que a estrutura física para esse serviço já está contemplada na reforma do referido setor. Deixando assim, um campo aberto para oportunizar pactuações com a Secretária de Estado da Saúde para os demais recursos necessários para concretizar a oferta do serviço.

Conforme explanação do coordenador Miguel Agulhan, responsável pelo setor da Histopatologia do CPML, o crescimento do serviço impressiona, passamos de 1.378 laudos no ano 2019 para 3.721, só no primeiro semestre de 2023, e ainda fomentou a capacidade de fechar o ano com 10 mil exames realizados. Podendo passar a 30mil com a implantação do exame de imunohistoquímica. Segundo Miguel, sua equipe percebeu, ao final de 2022, um aumento de 10% nas solicitações de retirada de material para realização desses exames adicionais, que atualmente não são ofertados pela rede pública no estado, tornando um recurso caro para os pacientes, pois geralmente é feito em outros laboratórios fora do estado.

Além dos exames de imunohistoquímica, o CPML também dispõe de equipamentos de biologia molecular como um sequenciador de Nova Geração, capaz de realizar o sequenciamento do DNA para identificação de mutações. E o laboratório também dispõe de um equipamento de PCR em Tempo Real, que, segundo o professor Roberto Ferreira, responsável pelo Laboratório de Genômica e Biologia Molecular, o exame pode assegurar ao paciente, a identificação de mutações importantes para direcionar o tratamento dos pacientes com câncer, impactando dessa forma um aumento na sobrevida do paciente. Para alguns tipos de câncer, a identificação de mutações é fundamental para que o médico indique o medicamento.

As representantes da Superintendência de Ações Estratégicas da Sesau, Rhaissa Paz, gerente de ações estratégicas e Graciliana Swarowsky, gestora de projetos de oncologia e também professora do curso de enfermagem da Uncisal, vieram a reunião com o intuito de conhecer os serviços, a real condição e as possibilidades de se fechar parcerias para com a universidade, no que tange a oferta de exames de apoio ao diagnóstico para a futura rede de tratamento oncológico do estado. Onde Graciliana reconheceu a real potencialidade da unidade CPML para compor a rede, tendo em vista que a parceria pode gerar uma economia considerável nos valores investidos pela pasta (SESAU) em ações judicializadas para garantir o tratamento oncológico à população alagoana. E Rhaisa Paz com o mesmo propósito pediu a indicação de dois representantes do CPML para participarem das discussões e construção dos pilares dessa rede.

O CPML sabe a extrema importância do diagnóstico precoce no combate ao câncer. Quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura e tratamento bem-sucedido. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, salientou Marcos Humberto, Supervisor Assistencial Interino do CPML, pois quanto mais cedo o câncer é detectado, maiores são as chances de um tratamento menos invasivo e agressivo, e isso significa menos efeitos colaterais e melhor qualidade de vida para o paciente.